Desde que voltei pro Rio estou sempre parecendo uma esportista. Não tem roupa que me sirva direito e, pra não ficar com calça larga e blusa larga, acabo tendo que ficar meio esporte, com tênis e tal. Achei que esse dia não chegaria, mas chegou. Ainda mais com minha única legging preta decente suja - ou melhor, na fila pra ser lavada, mas a prioridade são as coisas da Aurora - o jeito é ficar de calça larga, blusa justa tendo que puxar pra baixo toda hora, tênis e um casaco pro frio. Uma coisa linda. Ainda bem que o Nego nem me critica. E ainda sorri pra mim aquele sorriso de "sua bobinha..." quando eu falo que estou feiosa.
De manhã fui a hidro e meio que comecei a evangelizar minha nova colega sobre fraldas de pano. =) Acho que coisa boa não deve ser mantida em segredo. E, inclusive, depois do parto da Aurora quero ir lá um dia contar o parto e incentivar a busca pelos métodos mais naturais.
Como a aula foi tranquila, nem cheguei morta em casa, logo, não precisei sonecar. E, também, dali uma hora Nego e eu estávamos saindo de casa pra fazer a cardiotocografia. Fomos de metrô pro centro e a consulta, que estava marcada pras 11h, só aconteceu por volta de meio-dia... Ainda bem que não temos que voltar mais lá! Porém, o médico foi bem atencioso, conversou, explicou como o útero é irrigado, como se dá a contração e ainda falou um pouco sobre evolucionismo e criacionismo. rs Bem, mas o exame em si é um parágrafo à parte. Vamos aos relatos:
Primeiro ele fez um ultrassom de leve, mediu o cabeção da Lola, identificou algumas partes, mas sem me mostrar nada. E eu também não entendi nada, porque parece que a gente deu foi muita sorte com nosso médico oficial de ultrassom: a máquina dele é poderooosa. As imagens de hoje estavam bastante confusas pra mim. Daí depois que ele achou o coração - ahhh, detalhe: isso tudo com muito pouco gel (miséria!) e fazendo uma pressão desnecessária na minha barriga!! Aí depois ele deixou uma pelota de gel no lugar que mais ia pegar os batimentos cardíacos e passou umas faixas de 1952 na minha barriga, que me fizeram sentir um tanto equina (sem trema é tão estranho, parece esquina sem S, mas eu quis dizer que é relativo a cavalo, tá?), com uma baita barrigueira. E em dois lugares ele prendeu dois monitores e deixou lá rolando, enquanto explicava pra gente o funcionamento do exame. A Lola estava tranquila e aí ele judiou dela. Colocou um negócio que parecia um brinquedo barulhento, tipo um reco-reco, bem na cabeça dela. Aí o coraçãozinho dela disparou!!! Fiquei morrendo de dó! Falei pra ela que já tinha acabado, que eu estava ali, e ela se acalmou. Era parte do exame ver se, quando ela se mexe mais, o coração acelera pra poder irrigar o cérebro melhor. Necessário, mas maldoso!
Saímos de lá e fomos direto pra Tia Leda, que salvou a gente de novo com o almoço... Ah, mentira, antes passamos no laboratório pra pegar o resultado do exame de sangue e urina. Notei algumas alterações e fiquei tristinha, mas só vou saber ao certo se tem motivo pra preocupar amanhã, na consulta com a Dra. Isabela.
Em casa coloquei na máquina as últimas coisas da Aurora: edredom, cobertor, saco de dormir (não é tudo a mesma coisa?? Não!), capa de carrinho e bebê conforto. Achei que não fosse funcionar (porque esses dias pra trás tentei lavar o nosso edredom e ele ficou cheio de sabão), mas até que deu certo! Enquanto a máquina trabalhava, fiquei vendo tv e embanhando os paninhos de limpar bundinha da Aurora - que eu fiz a partir de algumas fraldas usadas que a gente ganhou, cortando tiras de mais ou menos 18x7cm. Sempre no esquema do "lavou, tá novo"! Melhor que gastar zilhões de algodões e muito melhor que lenços umedecidos!
E eu continuo muito chorona. Tudo me deixa triste e preocupada... Tudo tá ruim. Tudo eu brigo e não sei conversar direito. Toda hora faço manha. Não sei se é hormonal. Mas é um saco. Hoje chorei horrores porque acabou todo meu dinheiro e o Nego ainda não recebeu o cartão novo dele, então a gente não tem como fazer saque...e amanhã tem consulta médica!! Eu fico com medo da gente não dar conta... dos afazeres, da grana... O Arthur vai precisar trabalhar, por mais que eu não goste nem de pensar em perdê-lo por várias horas no dia. Acho que vida de gente grande é assim mesmo, né... =/
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