Ontem eu fiz tanta coisa, mas tanta coisa, que fui dormir com a cabeça latejando e acabei perdendo o sono. Sabe quando fica aquele turbilhão de pensamentos e você não consegue simplesmente não pensar em nada? Fiquei revendo coisas do meu dia, coisas pra resolver... É tanta coisa, tanta preocupação! E é como se eu não me permitisse desligar de nada. Nem pra dormir... Ainda contei com a ajuda de um negócio na garganta, que eu não sei se é azia, refluxo ou outro parente gástrico, mas que me dava a sensação de ter alguma coisa entalada. Aí só colocando o travesseiro bem alto (praticamente sentada) eu dormi. Arthur ficou bem preocupado, mas não tinha nada que ele pudesse fazer mesmo...
Hoje acordei ainda com a bolotinha na garganta, mas a cabeça já melhorou. Meu humor é que ficou alteradíssimo... E eu não consegui tirar a cara de bunda o dia todo. Tia Leda bem que percebeu quando fomos lá almoçar. Mas não é pra menos, né? Eu tô parecendo uma bruxa, quase nenhuma blusa tampa minha barriga, está chovendo e eu não tenho galochas! Minha matrícula está toda enrolada na faculdade, tenho que decidir zilhões de coisas sobre a organização da casa (pra onde vai essa prateleira? quem vai trazer o sofá novo? esse tapete fica ou sai? quem vai parafusar as prateleiras do quarto da Aurora?). Pelo menos a Net vai vir aqui trocar o ponto do computador sem custo! =D
Cochilei um pouco e acordei menos irritada, mas as coisas não sumiram.
Meu livro chegou! Parto Ativo, de Janet Balaskas. Pela folheada que dei, parece ser bem bacana, mas já achei informações ultrapassadas, como o famigerado uso de óleo de amêndoas nos mamilos. Ou seja, como tudo na vida, a gente lê com olhos bem abertos e questiona tudo. Ia ser minha companhia sexta-feira no aeroporto de BH, antes da Jojô me buscar pra irmos pra Campo Belo, mas aí ela ligou e disse que conseguiu trabalhar mais cedo, então quase não vou ter que ficar esperando!
Mas só de folhear o livro e ver imagens de partos, tive que segurar algumas lágrimas que pensaram em descer. Eu fico com medo de não conseguir nem ver a carinha da Aurora direito, de tanto que vou chorar, de tanta emoção que eu vou sentir!
Passei algumas horas organizando umas coisas em casa, jogando fora uma papelada sem fim que o Nego guardava (coisas de escola). Achamos umas fotos dele pequeno e passei um tempão olhando, imaginando no que a Aurora vai se parecer com ele e comigo...
No livro do bebê dele, completado com capricho pelo Alfonso, diz que ele nasceu com 2,350kg. Eu nasci com 2,650. Então a Aurora deve ser mais gordinha que a gente. (Obaaa, bochechas!!)
Ela já mexe bem menos e agora dói mais frequentemente (nada exagerado, só um incomodozinho). Às vezes sinto uma pontada como se fosse na vagina e li que é normal, pela compressão de nervos. Mas não significa que a Lola esteja saindo; ela aperta em cima, eu sinto embaixo. rs Li num manual que ganhei na última consulta que a partir da 25ª semana já dá pra ouvir o coração do bebê se colocar a cabeça na minha barriga! Mas hoje o Arthur passou o dia tão ocupado estudando que não tivemos como tirar a prova. Isso é chato, porque, se for verdade, eu não vou poder ouvir!! (Mentirinha, eu nem ligo. Tem tanta coisa que só eu vivo com ela... Deixa esse detalhe pro papai e pros outros.)
Às vezes quando eu converso e brinco com a Lola, chamo de gordinha, faço carinho na barriga, falo "Ei, neném!", no fundo fico me perguntando se ela sabe que é com ela ou se acha que é só mais uma falação minha...
Arthur falou uma coisa que me deu até uma certa aflição. Falou pra eu levar algumas coisas emergenciais pra Minas, como roupinhas, caso eu entre em trabalho de parto lá. Ui! Não, não, deixa a gorda ficar mais gordinha ainda, fortalecer os pulmõezinhos, se preparar bem pra vir aqui pra fora! Mas claro que vou levar alguma coisa... "Vai que", né?